Regressar a São Vicente, a cidade maravilhosa de Mindelo, depois de algum tempo é uma viagem à memória. Relembrar do cheiro a maresia, sentir o calor da areia, deambular pelas cores de Mindelo, olhar e ser observada pelas nossas caras.
As caras sim resistem ao tempo, permanecem imponentes, fortes, controladoras da vida na ilha, governadoras dos sonhos, atordoadas pelo sol que impera e não dá descanso, apaixonadas pelos amantes quem sem acanhamento se entregam as suas vistas enamorados, perdidos da vida, encontrados... nos braços do amor!
As nossas Caras, sim porque são nossas por direito, guardam a sete chaves os segredos da ilha, de cada um de nós, porque estão lá sempre, resistente à própria erosão. Escrevem as nossas estórias e nós também escrevemos através delas os nossos anseios.
As Caras também ouvem os prantos, os risos, as alegrias e as tristezas. As confissões também lhes são depositadas ao pé e aos ventos que as abraçam e as embalam.
Regressei a cidade maravilhosa, senti-me observada pelo Monte Cara, pelas Caras de Soncente. Voltei a confessar-me, cinco anos depois... mantem-se a paixão!
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